Como as impressoras 3D podem mudar o mundo

Muito se fala sobre o futuro e as tecnologias que passarão de tendência a norma daqui a algum tempo, como os carros autônomos, a realidade virtual e os wearables. Mas há uma tecnologia que faz seu sucesso de forma um pouco mais silenciosa e que se coloca em evidência em praticamente todos os setores da área: as impressoras 3D. Elas já estão mudando o modo como vemos objetos físicos e suas fabricações, e mudarão ainda mais à medida que migram para setores diferentes. Mas vamos entender isso um pouco melhor.

Digital vs. Físico

Em 1999, o serviço de download ilegal de músicas chamado Napster surgiu, criando um pesadelo na vida de gravadoras, distribuidoras e artistas. O formato físico da música ao qual estávamos acostumados, com CDs e discos de vinil, deixou de ser um limitante e a natureza dos arquivos digitais tomou conta de toda a área. Agora as músicas podiam ser copiadas, baixadas e tocadas livremente, quebrando totalmente o vínculo com quem as produzia.

A indústria musical precisou se adaptar ao longo dos anos a esse novo mercado, adotando serviços de streaming e lojas virtuais de músicas como suas principais formas de venda de seus produtos.

E as músicas estão para o Napster assim como objetos físicos estão para as impressoras 3D.

Imagine um projeto digital de um martelo, que contém todas as informações sobre sua forma, dureza e densidade. Imagine também que é possível comprá-lo pela internet, imprimi-lo e já usá-lo como um martelo normal, sem passar por qualquer serviço de entrega.

Isso muda muita coisa no modo como comercializamos produtos físicos. À medida que a tecnologia avança e fica mais acessível, a compra e venda deles se tornará lugar comum.

Imprimir casas rapidamente

Há empresas trabalhando com a impressão de casasem grandes impressoras 3D. Isso mesmo, casas!

A startup de construção Apis Cor, sediada em São Francisco, no coração do Vale do Silício, desenvolveu uma grande impressora 3D que é capaz de imprimir uma casa inteira em cerca de 24 horas. O princípio é o mesmo das impressoras 3D de bancada, mas a grande diferença está na troca de sua matéria prima, normalmente um polímero plástico, por concreto.

Após o processo, o telhado é adicionado manualmente, assim como os acabamentos interiores e exteriores.  A impressão simplifica bastante toda a construção e a torna mais barata, custando cerca de U$10.134,00.

Próteses mais acessíveis

Grupos que trabalham com próteses em pacientes que perderam algum membro entraram em contato com a impressão 3D e têm revolucionado o acesso a esse item tão importante para a qualidade de vida dessas pessoas.

Antes da tecnologia, refugiados de países envolvidos em conflitos e pessoas em patamares econômicos mais baixos tinham uma enorme dificuldade em conseguir próteses. Os altos preços e a necessidade de mão de obra especializada distanciavam os grupos que desejavam ajudar daqueles que precisavam de ajuda.

A natureza digital da impressão 3D rompeu os limites físicos do transporte e da fabricação e permitiu uma acessibilidade muito maior a esses itens. E ao invés de custarem milhares de dólares, agora custam bem menos do que isso.

Órgãos feitos em impressoras 3D

Bioprinting é uma técnica que consiste em desenvolver tecidos de órgãos específicos do corpo humano. Ao invés de polímeros plásticos ou concreto, a matéria prima de uma impressora 3D consiste em diferentes tipos de células humanas, que, ao serem colocadas juntas, crescem, se reproduzem e formam grandes tecidos.

Há muito a se pesquisar e um longo caminho a percorrer antes do primeiro transplante de um órgão artificial para um ser humano. Mas estamos no caminho certo e a cada dia nos deparamos com avanços ainda maiores.

Um campo ainda inexplorado

Existem infinitas possibilidades de uso para a tecnologia de impressão 3D. Existem perspectivas de aumento no uso doméstico, industrial, na construção civil, na produção de comida e até mesmo em viagens espaciais. Empolgante, não?

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